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Calma, a prof não ficou doida e está compartilhando uma frase cheia de erros de português. Mas, e se estivesse? É sempre legal a gente tentar aprender e fazer as coisas da maneira correta. Mas quando não dá, é algo tão sério assim? Não vamos entrar aqui em erros que colocam vidas em risco, mas os erros do dia a dia, que todos fazemos, por que a gente tem tanto medo deles? Não bastaria eu apagar o post, corrigir esse erro? Mas o problema na verdade não está em errar, está no: “E se alguém viu que eu errei?”

Vou dividir uma situação que eu estou vivendo. Tenho carteira de motorista há quase 14 anos, mas por N motivos nunca me habituei a dirigir, e hoje estou tendo que reaprender a controlar o carro e me virar nessa guerra que é o trânsito de São Paulo. Pra muito além do óbvio medo de machucar alguém ou estragar o carro, está a vergonha em deixar o carro morrer e alguém buzinar, me atrapalhar no trânsito e ouvir um xingamento, não conseguir dar risada e alguém rir de mim.

Para um exemplo mais conectado ao nosso tema por aqui, uma aluna recentemente me contou que após fazer duas viagens internacionais a trabalho e sentir dificuldade em se comunicar, percebeu que seu problema era falar na frente dos colegas, mas sozinha se virava bem.

O que esses exemplos têm em comum? O problema não está em errar, mas no que os outros vão pensar de mim quando eu erro. Como professora de idiomas em aulas individuais, esse medo é o primeiro a entrar e o último a sair da sala de aula. Agora eu te pergunto: tem alguma coisa na sua vida que você faça bem e que nunca tenha errado? Pois é. Não há habilidade e maestria sem MUITO erro. O nosso cérebro entende o erro como uma ótima oportunidade de evoluir. A lição não está em nunca errar, mas errar em coisas diferentes, praticar até que aquilo fique natural e partir pro próximo.

Mas, sendo assim, a gente chega em uma encruzilhada: “Ok, mas como deixo de ter vergonha dos outros?” Pra isso, eu sugiro duas alternativas que tenho tentado usar. 1. Entenda e aceite que é uma fase difícil, em geral bem curta, mas se você persistir vai te trazer uma liberdade permanente (seja no trânsito ou no idioma); e 2. Empatia. Não seja a pessoa que julga o outro quando erra, que buzina no mínimo deslize ou corrige de forma humilhante, lembre-se que você já esteve ali e não era agradável. Quem sabe com mais tolerância ao erro alheio a gente possa acolher melhor os nossos próprios erros.

Te vejo na sala de aula – ou no trânsito, quem sabe?

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